
Homenagem a Nhô Bentico:
Abílio Víctor(Nhô
Bentico) nasceu em Itapetininga em agosto de 1899. Foi carpinteiro,
tipógrafo, trabalhou no Jornal O Ideal e muitos outros jornais da cidade, foi gerente
do cinema de São Miguel Arcanjo e finalmente radialista na PRD-9, onde se consagrou
popularmente, e notabilizou-se como um dos maiores poetas sertanejos, a nível
regional e nacional. Compôs vários poemas ainda
hoje muito conhecidos, e reunidos em dois livros: "Folhas do Mato" e "Favas de Ingá". Faleceu em Outubro de
1952.
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Pitôco
Nhô Bentico
Pitôco era um cachorrinho qu'eu ganhei do meu padrinho numa noite de
Natá: –– era esperto, muito ativo, tinha dois zóio bem vivo, sartando
pra-cá, pra-lá.
Bem cedo me levantava. Pitôco que me acordava c'os latido, sem
pará, me fazia tanta festa, lambia na minha testa, quiria inté me
bêjá.
Nos dumingo, bem cedinho, pegava meu bodoguinho,
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os pelote no
borná. Pitôco corria na frente, dano sarto de contente, rolano nos
capinzá.
Aquele devertimento de grande contentamento ia inté no sor
entrá.
Era dumingo de mêis i dia de Santa Ineis: –– tinha festa no
arraiá. Minha mãe, as criançada tudo de rôpa trocada, na capela foi
rezá; fugino por ôtra estrada c'o Pitôco fui caçá.
Hoje, dói minha concência, pramorde a desobidiência. Pitôco latia ...
latia, mostrano tanta alegria, sem nada podê cismá; i eu tacava um
pelote, fazeno virá cambóte, um pobre cara-cará.
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Pitôco me acumpanhava; de veis in quano sentava e quiria
adivinhá...
Pitôco ficô arrepiado, ficô c'o zóio vidrado i deu um sarto mortá:
–– se cumbateu c'a serpente, repicô tudo de dente, mais num pôde se
escapá.
Pitôco morreu latindo, os zóio vivo, tão lindo, foi fechano de
vagá; parece qu'inté serria da minha patifaria de num podê le
sarvá.
I neste mundo tão ôco, unde os amigo são pôco, despois que morreu
Pitôco nunca mais tive outro iguá ! |

01- Wilson de Oliveira Carvalho 02- Tere Penhabe 03- Marcial
Salaverry 04- Augusta Schimidt 05- Graça Ribeiro 06- Nilton Nallim
Ferreira 07- Yara Nazaré 08- Ana Maria Brasiliense 09- gina 10-
Mário Osny Rosa 11- Marise Ribeiro 12- Heloisa Abrahão 13- Lídia
Valéria Peres 14- Thereza Mattos 15- Nany Schneider 16- Tarcísio
Ribeiro Costa 17- Esmeralda Camargo 18- Gena Maria Camargo 19- Priscila
L. Coelho 20- Rose Arouck 21- zuleika 22- faffi
|
23- Cássia Vicente 24- Patricia Neme 25- José Ernesto Ferraresso 26-
Machado de Carlos 27- Silvia Alegria** 28- Ógui Lourenço Mauri 29- NH
(Catucho) 30- Olga Maria Dias Ferreira 31- Maria Roxo (Fatyly) 32-
Heloisa 33- Rosa Magaly Guimarães Lucas- Eire 34- Marília Bechara 35-
Maria das Graças H.V. de Abreu 36- Afranio Garcez 37- Bernardino
Matos 38- Simone Borba Pinheiro 39- Lu_guerreira 40- Eme Paiva 41-
Naidaterra 42- Raquel Caminha_Lindinha 43- BADU 44- Ligia Leivas |

01- Meu Dedão Crama Por Ti Wilson de O. Carvalho Aqui da
capitá
Rosa meu bem, prá ocê sabê, comprei uma butina nova, que
acabô de esfolá o dedão do pé.
Tenho cuidado dele, exclusive passando
mecúrio que foi parpite do seu zé, o buticaro da cidade (e bota caro
nissu) que fica lá da esquina da capitá.
A situação num tá boa
não, tenho trabaiado com o pé no chão, asturdia intão inficô um
espinho bem perto da firida, que a resorveu se abri por causa do mardito
espinho.
Mas o que eu queria falá memo, é duma sodadi que invade meu
peito quando ocê não tá, a casa fica vazia, tristinha, inté o cachorro
chora e as galinha não drome.
Por isso vorta Rosa, venha correno
pro nosso rincão, só ansim vai miorá a ferida do meu dedão. . . 
02-
Recado pra Hemenegirdo Terê das Bêra Mar
Óia Hemenegirdo cê iscuita
bem o que eu vô falá qui num é prosa rampera é pá valê e vai ficá: -Eu
quero mai é que o seu dedão que eli vá lambê sabão pramordi que a dor que
eu tenho é bem aqui no coração!
E foi ocê que me deu, seu
traste quando siguiu a Mariquinha bem lá pá ditrais da isquina pensano
que ieu num via. Ai Hemenegirdo, cumo dueu!!! E dói ainda seu
safado que inté viro o zóio adoidado quando si alembro de ocê.
Mai
tem uma coisa, beinzão ai que farta que me faiz esse mardito dedão! Ce
num avalia, num sabi num é capai de percebê que a minha vida sem eli já
num tem graça vivê sem seu dedão e sem ocê!
Mai iscuita e bota
sintido: -Eu num hei de arrefecê eu morro por seu dedão mai num dô o
braço a torcê. Ce qui sabe, ce qui vê num caio mai no seu cunversê se
quisé me mostrá o dedão vai me dá gosto, pode crê!
Santos,
29/01/2006 (rindo até o dedão...rssss)

03- Zoia Aqui
Menergirdo Marcial Salaverry
Zoia aqui Menegirdo, cê pó fincá teu
dedão ontuquisé, mai pósisquece da Rosa, qui já toda prosa, aqui do
ladindieu... Ela falô qui tem sordade du dedão docê, só pramangá
docê, seu baita troxão... Ela qué trascoisa bem maimiódibão, qui
esse tar di dedão... Cando nói si arrocha lá pras banda do riberão, ela
fica toda melosa, i mi chamaieu di zamô dela... Menegirdo, meu
fio, cando cê foi atrai da Mariquinha, aquela cuia magrinha, cê predeu
o pitéu da Rosa... Agora, meu fio, fica cô teu dedão, qui só vai dá
sastifação é procê mezzz, uai sô... Bão, si é pur farta di adeu, inté
nuncamai...

Im defesa dos brio da Rosinha!!! Terê das Bêra
Mar
Hemenergirdo, meus amô num querdite nele não dentru du meu
coração só me cabe o seu dedão!
Esse cabra tá cum inveja da nossa
filicidade eli num é do arraiá vive memo é na cidadi.
Ele num sabe
o que é sê amado até no dedão pur isso inventô intriga e arrasô meu
coração!
Hemenegirdo, meus incanto de pueta a garanhão num tem homi
nesse mundo mai mió que o seu dedão!
Eu ti ispero cá na vala bem
cedinho, se ocê quisé vamu mostrá presse cabra cum qtos dedo si faiz um
pé!
Stos, 31/01/2006_12:00 hs 
04- Sarvano a pele do
dedão... Cumadi Guta
Cumadi Rosinha iscuita cá Ieu sô a
Mariquinha Qui ocê caba di falá I to aqui pra mi ixpricá
Pretenção
nu qui vô falá Qui é pramordi adespois Ocê num vim dizê Qui na
Mariquinha Num si podi cunfuiá
Foi pur um acauso esse incontro Qui
ocê viu lá na isquina Foi qui ieu ia chegano Cumpadi tava ali
subiano
Foi quano eli mi cunvidô Pra i coele no mardito
canaviá Achá a cobra que lhe picô
Mai ara si vô negá Ajudá o meu
cumpadi Qui tantas veiz mi levô Pra passiá no canaviá I iscuitá as
estrela cantá
Pobre cumpadinho Qui tá co dedão dolorido di dá dó A
cobra era tão grandi Qui eli num pudia ficá só
Foi pur issu qui oce
viu Na isquina eli sumi Mai si preocupa não Qui loguinho eli tá
aqui.
Augusta Schimidt

05- Lá e vem ota fuxiquera... Cumadi
Graça
uai cumadi, eu pensei que já era hora de tomá quentão, estorá
pipoca, pulá foguera de São João.
O cumpadi Menegirdo disse que
tava quereno a Rosa pa cuidá das firida do dedão... magina ocê... que homi
bobão... a Rosa tá na cidade, sabe fazeno o quê? Tá refestelada nos
braço do Ricardão e mandô dizê que pra roça num vorta mai
não!!
Esse cumpadi Menegirdo, cuitado, levô uns chifre dos
bão!
inté intão...
num diz pro cumpadi que fui eu que te
contô, não!!! (rs)
Graça Ribeiro

06- Dexa di Sê Froxo
Homi Nilton Nallim Ferreira
Hermenegirdo sê tá senu muntu
besta Primeru troca Rosa pru Mariquinha Agora fica todo inculhido Só
pruque o Marcial falô Que ocê num é di nada Vai botá o gaio
dentru? Dexa di sê froxu homi Vai lá i mostra qui ocê é u bão I num tem
medu di cara feia Passi a cunversa neli E mostra qui ocê é u tar Mas si
ocê apanhá deli Num vorta chorando não Vá na farmacia fazê curativo Qui
ninguém vai ri di ocê Mas si gozarem cum sua cara Num vem recramá
não Quem manda ocê num sê di nada E metidu a
valentão!
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http://www.ibci.org - http://www.pbshow.com

07- Cantá Juntim é Bão
Qui Só! Yara Nazaré
Ô xente! Num brigui não Tá fartando só
ocês Cantá juntim Uma linda cantiga Iguá as da Siá Josefa Qui diz
bunitim Qui o amô existi Nos coraçã di ocês tudim!
E nas arturas da
cunversa O dedão do Seu cumpadi Já deve di tê saradu Cum as papa de
foia de urtiga Untada nas casca tirada Di melão verdim, verdim...
E
pro móde qui ocês De agorinha mermu Devi si abraçá tudim E rumá lá pra
roça Pra festa da cumadi Tere Qui tá boa de si achegá Tem cumida
gostosa Tem quentão e munguzá E deixa as tristeza pra lá Vamu qui
vamu Nóis tudim se alegrá, viu?
Inté, moçada
bunita!
31/01/06

08- Sei Naum Cumadi Tulipa
Óia ocês
todos, é mió eu fica di fora nessa fofocagem eu num quero entra naum...
A Rosinha manda o dedão do Hemenegirdo lambê sabão... ondi ja se viu
issu ? Dedo num faz issu naum! O cumpadi leva cumadi pro carnaviar,
inté falô qui é pa modi mata a cobra.. Óia num sei naum! Até uma tar
di Mariquina na esquina ieu vi e Rosinha la nu ribeirão... entaum num
sei naum... Tô inté achandu que vai da um bruta confusão... Iscutei inté
que a cobra du cumpadre é grandi.. di tanhamu bão Óia se arguém mi
pregunta vo negá, eu nada vi nem escurtei naum... Vo fala qui tô aqui
quetinha sentada nu banquinhu, fazendu meu cigarrinho di páia e
tomandu quentão.. Eu nada vi nem escutei naum...
Ana Maria
Brasiliense Stos 31/ 01/006

09- É só fuxico gina
Óia só
cumadi Terê, eu cá tô mais é iscuitando esse cunversê fiado fuxico mai
que danado que é briga di namoradu cum dor é nus cutuvelo...
O
Hermenegirdo se quexa de dor nos pé, o coitado, mas tá é arreliado cus
peito dispedaçado pru causa da sua Rosa que bandeou proutros
lado...
Será memo que é verdade o é fuxico da roça de arguém qui só
pur môdade tá querendo é fazê troça o vê a disgraça se espaiá lá prus
lado no sertão?
Eu já num sei de mai nada só que o Hermenegirdo
tã cum dedão enfaxado mancando o pobre diabo que nem cachorro
danado sortando é munta baba i cum zôio arregalado!
Essa históra
das botina é verdadera, num é farsa posso dizê cum certeza pus que vi
cum esse zóio que a terra há de cumê o dedão do Hermenegirdo sangrando
a mai num podê!

10- Casinha da Colina Mário Osny Rosa Construí
a cainha na colina Pra morar eu e a Nhá Rosa Ouvi o sabia canta Quandu
clareava o dia. Logu veio a nossa fia Um amor de minina A alegria
du lar Eu na roça a trabalha. Pra famia sustenta Nhá
Rosa Istava prosa Quando ia passea. Levando a Rosinha A todos
ia mustrar Até que num dia a Nhá Rosa Otro amor incuntrou. E a
casinha da colina Ela abandunou Com outro homem sumiu Nem da
Rosinha. Teve ela cumpaixão Dixo seu amô Com dor nu
curaçao Nunca mais ela vorto. São José/SC, 31 de janeiro de
2.006. morja@intergate.com.br www.mario.poetasadvogados.com.br

11-
Desafinhandu Rosinha prum Duelo Cumadi Marise da Ribeira
Ôce pença qui
Menegirdo é seu? Tá é muito das enganada É pru mim qui u dedão deli
crama É minha cafungada qui eli ama.
Vamu saindu pra lá Ô eu tiru
ôce a tapa Adespois venhu pru lado de cá Comemorá cum garapa.
As
muié lá da Ribeira Num deixa desaforo sem arresposta Ôce pára di
inventá Qui é docê qui eli gosta.
Si assim ôce num quisé Podi
iscolhendu seu revórve Pra sabê cum qui muié U dedão deli se
arresórve.
Marise Ribeiro Rio, 31/01/06

12- Fuxico Heloisa
Abrahão
Puxa vida, qui gente mai metida, ingerida Cuida da vida um do
outru dia e noite, noite e dia É aquele fuxico, zum zum
zum... Hermenegirdo cumprô uma butina Rosinha rifô o burrico Mariquinha
ganhou otro vestido de chita O Zé apanhou de coler de pau da
Margarida Quanto fuxico, quanta confusão Na verdade quando um fica
doente Toda gente sente um aperto no coração.

13- Disabafano... Mi
vinganu. Lídia Valéria Peres
Tava inté queta, muié... Mais dispois
qui li isso tudo, inté comu a oreia do Menegirdo, danado di
barrigudo, ixibido cum as muié.
Menegirrrrrrrrrrrrdo! Ah, cabra da
peste, u cer nim vai sê mai azur celesti, dispois du qui vô
contá: Menergirdo mi prucura, diz qui ieu sô a única creatura queli ama e
guenta seu chulé. Pois intão:
Eli mi contô qui a Rosinha, tão
feinha... vevi na cola deli. A Mariquinha, co aquela barriguinha, nem tem
jeitu di abraçá.
A Graça é muinto mar cherosa, vem chegano, toda
prosa, e quano levanta u braçu, eli fica pra infartá.
I dispois
dessas aí, ó vô falá pro ceis: Menegirdo tá perdido, purque cum meu
coraçaum ofendidu, vai mi dá curuquerê.
Vô frertá cum
Ricardão, homi bunitu, ô trem baum! Vai inté dá u qui falá, mai quano
Menergirdo acordá, veno Ricardão mi paparicá, vai sê um sustu dus
baum...
I num dianta pidi discurpa, pensano qui ieu vô vortá,
perduá, purque sanhamentu di homi é pra genti si revortá.
Cum tanta
muié na lista, comué qui eli guenta querê tantu cafuné.
Izistinu ô
não a Rosinha, Mariquinha inté a Graça, i as otras, tô postanu qui é ieu
qui eli qué, puis quano caricio seu chulé, num é nessas muié qui eli
tá pensanu naum.
Vô tentá mai uma veis, si eli num mi traí cum
otra, ieu prometo dexá sua oreia sim cumê i vô memo oferecê meus
chamegu di muié.
I ieu sei qui eli mi qué. Pois é! Eli vai sê meu homi
i ieu vô sê sua muié. Menegirdo, vem mi amá qui ieu caricio seu
chulé i façu u que ocê quisé! Inté us pioio vô
catá!
lidiavaleria@mandic.com.br

14- Essi Hermenegirdo num tem
geito Thereza Mattos
Oceis pensa que é a primera veis qui ele
machucô o pé? vô desmascará essi home pro oceis ele tem um fedô de
chulé porque num tira as butina nem as cueca furada pra mor de enfiá na
tina e ficá com as "coisa" profumada....
Nunca pude dansá com o
Girdo ele tem tanto pioio que cai tudo pelas cara as vezes inté entra
nos zoio fazendo ele chorá... Aí tudu mundo pença qui sou eu qui estô
martratando esse porco qui fede comu um gambá ...
As dipois ele vem
com graça cum umas cunversa fiada de querê mi namorá Jesuis mi livre
dessa desgraça home sem denti e fidido num servi pra casá é piorr di
que bandido qui vem pra mor de robá....

15- Hora do Arraiá Nany
Schneider Cumeçando o Arraiá da Nhá Nany e Nhô Iltinho! Cunvidamo
vosmicês pra entra já no festão!! Tem fugueira, tem pipoca, paçoca e
espetinho... Num vai farta Pau-de-Sebo, muita prenda e quentão. O vigário
ta avisado, pra celebra o casório. O pai da noiva, limpando o trabuco pra
agarantí, Que a fia, uma belezura, não caia no falatório. Ansim ele
aprepara, mordi o noivo não fugi... Ta pronto o vestido da noiva, todo de
chita e rendão. Pobre do Santo Antonho, se na hora lhe faia!! As madinhas
têm dismaio, a noiva cai dura no chão... Por isso Santo Antonho, trata já de
trabaiá, Pra despois a povaria caí no ‘rasta-pé. Dança muita quadrilha,
até o dia clariá!! 03/06/2005_ 11:38

16- Mais Chifre no
Cumpade Cumpadi Tarciso Distrito Federá
Cumade vamo
aproveitá, Qui o cumpade Hemenegirdo tá viajando Pro modi a gente ir pra
festa dançá Mais tem uma condição Eu não não sou como o hemenergido
não com cunversa de dedão. Quem vai tocá é um sanfoneiro Das danda no
nordeste Vai sê muito animada, Dizem qui é um cabra da peste, cus dedão
dele, no tecrado quando tá a tocá...
Tu tá bunita, parece uma
princesa, Esse vistido de chita, Parece um jardim com
burbuletas.
Mas, cumade vamo dançar, inté o dia amanhecê Num sei
porquê, Sô doidim por você. Isso num é cantada não, É que tá sentindo o
meu coração.
A festa ta boa, Você tá cheirando a flor, Tô cum
vontade de lhe apertá, De lhe dá um abraço e um cheiro e outras coisa tal
e tal...
Tumara que não façam fuxico porque ocê, sabe. O seu marido
Hemenergido Tomou chifre e pode num gostá Se ele vié perguntá A gente
diz qui é mintira e deixa a onda rolá...
Tarcísio Ribeiro
Costa

17- Reposta pá Cumadi Graça Mariquinha du arraíá de cá
Oi
aqui cumadi Graça Ocê num mexe ca cumadi Rosinha não Causa di que ela é
braba Iguarzinho iscurpião
Querdita qui essa cumadi Pur causa do
cumpadinho Wirso Choro inté di noite Garrada nos pé da
santa?
Verdadi cumadi Ela tá num disispero Qui inté os frango
chorô lá no galinhero
Cumpadi Wirso qui si cuide Qui si ele
bobiá Vai perdê os dedo tudo Qui a cumadi vai fritá
Cumpadi
Wirso Escuita bem meu aviso qui é pra despoi num te qui
chorá
Esmeralda Camargo

18- Oto recado pá Cumadi Graça Cumadi
Gena
É só contá pu Crispin Si ele subé que a Rosa Ta dano incima du
Menegirdo Vai gritá a Miiiiiiiirrrrrrrrrnaaaaa Pra jogá ele no chiquero
dus porco pa tamen lambê o chiquerão! Mai num vamo chamá ele
não Coitadu dus porco Tão cheio de tanta cara no chão A lama tá quasi
acabano É miò dexá ela e o dedão pra lá...
Gena Maria
Camargo

*Direito de Reposta da Cumadi Graça...rssss
Isso é caso
antigo, mia fia... caso pra mais de ano, caso veinho que só veno começou
na festa Junina virtuar que a cumadi inventô aí nesse seu arraiar ocê num
vai creditá mais de lá pra cá foi só beijim pra lá, beijim pra cá até
cumputador Rosinha pendreu manejar só pra trocar emeiu com o tar.
Num
falei tudo ainda, que é promode ocês num pensá que cumadi Graça só sabe
fofocá... mió eu ficá queta no meu lugar porque seu eu abro o bico vô vê
homem chorá.

19- Leva e traz Priscila L. Coelho
Ô ceis presta
atenção aí Que a coisa vai fervê To pensando em saí Pra morde nem me
aburrecê Tem muita fofoca rolandu Anssim nem dá pra agüentá Já num
tão nem disfarsandu Pois só pensam em fofocá Tem gente que fala de
tudo Num sabe guardá um segredo Mais o coisa ruim cabeludo De noite vem
botar medo Credo em cruiz que me defenda Num quero saber de
fuxico Quem falar paga uma prenda Alem de pagar maió mico!!

20-
Siá Mariquinha Rose Arouck
Siá Mariquinha chegou cedo na feira, veio
pra fazer besteira, Veio encontrar seu Mané. Botou seu vestido de xita,
amarrou laço de fita, Ficou pra lá de mulher! Com jeito de melindrosa pois
no cabelo uma rosa E com fogo na...razão, falou com voz de
sereno Carregada de veneno Na língua e na intenção Igual na
televisão: - Oi Mané dá essa abóbra? Tá boa ou tá bichada? - E dando
aquela risada, segurou a sua mão. Mané espichou os zóios pra lá de
desconfiado Diante de tanta ousadia... E com ar de quem não mente Falou
com voz de inocente, Enquanto seu povo espia: - Mariquinha se aguente! Óia
a minha freguesia! Adispôs lá trás da moita Logo mais nós se afoita E
resorve essa quizila; Esfrio tua bacurinha e te dou dez abobrinha - Com as
bochechas coradas ficou muito envergonhada Da prosa de seu Mané nossa linda
Mariquinha: - Óia aqui seu cabra leso Vê acuma fala cumigo! Minha honra
mais que prezo Toda noite ansim eu rezo Pra me alivra de ti,
castigo!- Saiu feito caipora quando vê onça pintada. Vá entender moça
nova Quando está acalorada!...

21- As Mágoas de
Rosinha... zuleika
Ocêis tudo tá falando Du Mernegildo
safadu Mai devi levá o pensá Pru curação maguado Da Rosinha , a
suspirá...
A moça lá nu fundim Num si importa cum dedão Chora,
fingi di tristim Mai o qui ela qué di verdadi É du Mernegildo, um
pertão...
As mágua da moça Rosinha Sufoca seu bem querê... Pois a
rapariga aperreada Sofri feitu uma danada Cum us mixiricus docêis
...
Mió deixá eles na paiz Isquecê a tar falação Inté eles podê se
acertá Oiandu dentru dus zóios Isquecê as tristeza e o dedão Juntandu
us trapins Nas ligrias, nus bem
bão....
JF/MG/BR_01/02/2006

22-
Safadinho! faffi
Menegirdo miscuta aqui... ocê pensa que num
cunheço sua safadice? Eu sei onde ocê quebrô esse dedão, foi lá pras
banda do cafesar, foi naum? Mariquinha me contô tudim... que te deu um
baita de um pisão no pé por conta da sua mão boba que correu pelas costas
dela..e foi para lá nas canela. safadinho ocê né? mingana naum! Mió
conta essa história com todos os pormenores, sinaum..a confusão ta
formada Nun siomite de nada..guerra é guerra! ocê ainda tem outro
dedão que pode sê detonado. Oh,
coitadu!
faffi...01/02/2006

23- Cumadi Rosa Cássia
Vicente
Aqui du Goiás to aturdida cum essa fofocaiada êta que num
tive sussegu inquantu num subi diretinhu desta istória pela cumadi
Graça. Sabi duma coisa cumadi achu que num tem dedão duendo nada o
cumpadi tá é cum saudade du teu arrois cum feijão e fica inventando
moda. Num dá u braço a turcê, deixa ele si due. Eu daqui vo turcendo procê
esquecê esti danadu, ele que incontre outra troxa pra modi fazê cum ela o
qui bem intende. Abraçu e mandi noticia cum as novidadis.
Jataí-GO,
01-01-06

24- Ummmmm... Patricia Neme
... eça coisa di
dedão, di fuxico, num é cumigu. Tô querendo, di verdadi, um festão bem
divertidu pra mi arranjá um maridu. Vô ponhá frô nus cabelo, um vistido
di chitão, prefume di arfazema i trocá meu chinelinhu por um sapato,
dos bão. I ansi, bunita, faceira, vô fazê zóio cumpridu praquele moçu
morenu, qui quandu toca a viola, faiz dançá meu coração. Antis di saí
di casa, vô falá cum Santu Antonio; si num fô u da viola, que ele seje
bem bonzinhu i mi arranji otro pião.

25- Vim Pra Prosiá José
Ernesto Ferraresso
Ah! cumadre Terê dispois de tantu caminhá aqui
tô minha cumadre prá mode podê visitá.
Vim das bandas di lá xeguei
pra vê voismecês. O cumpadi Nhô Bentico tá? Será que pósso me
achegá?
Quando vinha para cá levei um baita trupicão, meu dedo ta
duendo, que nem é bão relembrá.
Me discurpe minha cumadi, que aqui
vô me sentá, Prá tirá minha butina, E mode podê descansá.
Chegue
mais meu cumpadi, Prá gente podê prosiá, Nhô Bentico vorta já, Foi na
Vila passiá.
Mai me diga meu cumpadi, Como tá as bandas di lá? Tõ
cum sardade do povo, Que deixei um dia lá.
Lá ta tudu bão
cumadi, Nhô Tião só qué lembrá, Do tempo bão que viveu, pras bandas
daqui dos cafezá.
Diga lá cumadi Terê, Nhô Bentico vai demorá? Num
quero parti de vorta, Sem ele eu avistá.
Já ele chega meu
cumpadi, Vai se bão ocê vai vê, Nóis vai fica prosiando, Inté o dia
manhecê .
Serra Negra ***São Paulo

26- Simplicidade Machado de
Carlos
Minhas noites e dias são prá “vancê”. Ao teu lado sei como a
vida é. Beijo teus lábios, - um sabor de “mé! Sonho com o bailar da saia
plissê. Como bolo com fubá e glacê, Ouço a cantiga no teu
viés Darei o prazer que “vancê” “quisé” e cantarei a canção do bem
“querê”. Beijarei a rosa que “vancê” “catá” Ao som da orquestra do
mestre sabiá, ele sabe “cantá” os versos bem “mió”! Tenho a música
do teu coração... Tenho a voz fina do teu violão que soa a distância: - um
nó!... Ribeirão Preto, 02 de fevereiro de
2006_15h45 http://ilove.terra.com.br/autores/texto.asp?idpi=1821

27-
Fuxiquinhu e Fuxicão Silvia Alegria**
Nosssinhóra, quicunfusão! é
fuxiquinhu e fuxicão Menergiudu cum pé ferrado, traiz da rosa, feitu
bobão. Nharosa ispérta dimais da conta escapuliu cum
Ricardão.
Cumpadi cum pé furradu e cumbaita chulézão, qué joga sua
pobremada, pras costa da muiêrada.
Craru qui vo mimandá módu di que,
dum xulezão, ieuuuu qui num vô cuidá. Cumpadi que corra diatraz dotra
muié, cuma praca na mão, escrivinhadu cum letra grandona u seu novo
refrão.
Quem rancá u meu espinho, Quem guentá u meu xulé, Quem
lavá minhas friêra ei di da u meu beijinhu, cum liança nu dedinhu, Há
de sê minha muié.

28- Arrasta o Pé, Muié! Ógui Lourenço
Mauri
Vem cunhêu pra bem perto da foguêra, faiz muito frio na noite de
São juão. Arrasta o pé, esfrega eles no chão... Cucê, quero dançá a noite
intêra!
Arrasta o pé, muié!... Desenferruja!... Aproveita esta linda
contradança! Óia pra mim... sem ver a minha pança e sem reparar minha rôpa
suja.
Ucê tá linda, vestida de chita! "Chique no úrtimo" com essa
trança!... A mais aplaudida da vizinhança, a cada devorteio a mais
bonita!
Fico todo "cheio" em ser teu par... Tem gente aí cum dor di
cutuvelo! O luar que lumia teu cabelo parece que quer me
homenagear.
O teu pai num tira o zóio di mim, num dá chance d'eu ti dá
um cherinho, têmu qui prucurá um escurinho antes qui essa festança chegue
ao fim!
25/06/2005

29- To Cheganu... NH
(Catucho)
Bastardi nhá terê... do sur cabu di chegá, vim press
festança mai, tô sustado cu qui u povareu tant tá a fuxicá diis qui vai
te ditudibão.. desdi a bibida inté o quis tem dicumê...
mai to munto
sustiado cuessa fofocaria tão falando nu povado, qui tem um
disgramado querendo lhe fazê uma desgraçaria...
si o cumpadi
mernegirdo fincá sabeno... dessas boca deslavada que tu tá si
atucanando´se acoitano cum genti lá di fora... o cumpadi vai cabá ti
meteno espora
puriss vo dizend aki di pretinho... te bota logo em teu
caminh... antes qui cumpadi chegui cua cara chei di pinga... e venha a
te desgraçá...
nhá terê...outra cois voti dizê se cumpadi menê...assim
fazê... sai logo di casa..e mi avisa... eu vorto aki pra te
buscá...
pra tu vim vivê cumigo eu sô teu amigo nadi mal qero que
lhe aconteça... e antes que aconteça... pro rio grndsul vo ti levá num
dê bola prele mais... pruque fica qui cherando tamanh chulé??
qui inté
dro di cabeça traiz... si for pru caus dum dedão... dess eu tumém
tenh... pra tu consolá.. puriss te digo muié... si isso
acuntecê... vem com esse cabra macho que sou quem te qué...
Portu
Alegri, 02/02/2006

30- Do Queu Gostu... Olga Maria Dias Ferreira
Gostio de fazê versu, gostio tamém de cantã, gostio duma roda
quente, pulando qui nem serpente prus nossos pé esquentà... Gostio das
madrugada, das terra cheinha de luis minha rua enluarada, eu beijo a
namorada e faço o siná da cruis... Gostio dos campu, das roça, dos
arvoredo, das coça que levei inda minino, gostio do canto das ave, das
rima e das canção, gostio da passarada, a cantá pela arvorada, nesse
pedaçu di chão.
Pelotas- RS

31- De convite na mão... Maria
Roxo (Fatyly)
Oh gente danada e foxiqueira o homi tem o dedão a
cramar ocês com tantos tirdiguerra botam o homi p'ra
ferrar
Cumadris botem nisso pingumel o dedão do cara na
dendapia com butina nova parece o Manel o portuga do cigarrinho di
páia!
Rosa o teu homi tá no fuxico reclamando do seu dedão mas eu
ouvi ele sapassado no baile e pópegakasmão?
Cumpadri Wilson
O.Carvalho vai lá pois tá quainahora a rosa bota ocê denduforno ai mi
acuda nossinhora.
e sabe porquê?
Angola abre as vogais Brasil
bota a melodia Portugal fecha demais mas unidos numa só
língua!
Fartei-me de rir com todos desse rico e belo
sertão poeticamente sertanejos mas eu poeta não sou
não!
Beijos

32- Hemenergildo meu amô Cumade Helô
Abreu
Deixa esse povaréu fala Fiquemu cá no nosso
cantinho prefumado de jasmins orvindo os cantar dus sabiá A Terê
cuitada fala fala mais qué mermo é um marido arrumá O cumpadi Marcial tá
de oio na Rosinha desdi da primeira festa qui fizemu no arraiá A Guta
qué exprica pra Rosinha si fazendo de boazinha so pra te inferniza muie
danada de má A Graça que é uma gracinha só gosta mesmo da pipoca do
cumpadi Zé da carrocinha qui nem mio pipoca mais Nilton diz que tu num é
de nada manda ele me apreguntar pois tenhu cumu provar A Yara que dá de
santa e as coisas ajeitá credita não meu amô santa ali so se
fô santa de lobisomi espantá A Tulipa... isso é fror
encrenqueira que veve nos estrangeiro aqui vem só pra passiá A Gina
coitadinha levou chifre do Mané aquele lá da vendinha qui fiado nunca
vindia O cumpade Mario recrama Chifrudo iguar num há parece inte João
de Barro faz casa pra oitro mora A Marise num tuma jeito e que na Rosa
mandá tô de oio nas vorta dela cuntigo que se aprumá A minha chará
Heloisa é moça de bão coração cumu dizia meu pai cuidadu cum as
bondade pois na muié é enganação Lidia nome mais besta ta de oio em em
tu qué cuidá do teu dedão num sabe a moça cuitada cumo se limpa o
tatu Thereza faz é fofoca pois tu bem te alembra num quis com ela
dança no baile do arraiá Nhá Nany tão boazinha cum Tere quer
disputa organizando um festa Pra Tere infernizá Tarcisio cumpadi besta
pensa qui so pro modi tu ta triste podi as oitras conquistá A oitra
Mariquinha chamô cumadi Rosinha inté de iscurpião queru ve quandu a
Rosa pegá ela cum as mão Rose casamenteira espivitada quer mermo é
cumprar abrobra pu taiada Zuleika farsa qui é fica defendendu
Rosinha devia é ir tirá os bichos que tem no pé Hemenergildo num liga
não fiquemo aqui bem queitinhu nu nosso lago fresquinho e deixa esse
povo prá lá Fazemu nossa festinha sozinho longe deste araiá puis é
aqui qui a geriboca vai cantá rsrsrs..
Heloisa

33- Meu
Amo Rosa Magaly Guimarães Lucas - Eire Meu amô si Deus me
ouvisse Quando cramo por vancê, Cabava o disse-me-disse. Nois ia junto
vivê... Num sei pruquê tar mardade Essa gente fais com ieu... Ieu só
sei que tua sardade Pisô meu peito e doeu... Só pruquê nois dois se
amemo E fumo lá pra palhoça Mexeram cum o cão, com o demo, E di nóis
fizero troça... Mais isso num vai fazê Nosso amo se definhá, Pruquê o
nosso bem-querê Vai mesmo é mos ajudá... Vai sê pió pressa gente Quando
nois dois se casá, Tu vai vê que de repente Tudo o mundo vai
calá, E nois dois que nos amemo, Vamos vivê bem feliz, Somo o
barco, o amô é o remo É meu coração qui diz! Jacaraípe, Serra,
Espírito Santo, 03/02/2006

34- Bastiana Marília Bechara
Muié
escoí ocê pramode de eu amá. Pru num aceitá disfeita coisa de arrupiá, Tô
vendo ocê pros gracejo do cumpadre bardiá! Barganha de muié minha é bom ocê
não topá: Meu cachorro perdiguêro tá na horim de atacá Intráis da porta
tem ôtro que sô eu prá te matá!

35- Nus Tempo Bão Cumadi Maria das
Graça
Inscuta so que qui eu vo conta. . Faze fuxico de arguem so
da cunfusão!. Inda mais, qui oces veve perto que danacão!!!! Dexe
Rosa, Mariquinha, e cumpadi Menergirdo, arresorve cume qui eis quise
. Isso é pobrema deis. La pras banda do corguin, tinha o pessoar qui
fazia fuxico e teve inte discusão.............. Mior mermo é larga pra la
, Treim bão é iscuita os fuxico mais num armentá. To aqui contano pro ces
mais num é pra ispaia! Ieu num gostu de fofoca!
Maria das Graças H.V.
de Abreu

36- Minha Véia e Quirida Muié Afranio Garcez
Oia minha véia, qui acabo de chegar, Vim lá da feira e trouxe os
presente, Qui tu tinha mi pedido, o carmim, A alfazema, o misse, e amor
sem fim.
Oia minha véia companheira para o céu, Tá mais bunito agora
que ôce tá aqui, A lua já clariô o nosso terreiro que é grande, E de muita
serventia, para nóis viver nossos dias.
O teu cheiro minha véi morena, de
alfazema, A tua boca toda vermeia com o carmim, Faz eu pensá que nóis dois
num tem fim.
Agora me escuta minha véia, As nutícias lá da cidade
grande, O povo tá todo virado e muito arisco, Pru anda nóis anda só pulíça
e ladrão.
A fome lá tá bem pior que a daqui, E adispois ainda chama
nóis de caatingueiro, Qui nóis num gosta de trabaía e dançá chula, Eles é
que num sabe viver cum o muito qui tem, Enquanto que nóis, é feliz, com o
pouco que tem.

37- Hermenegildo, Hoje Num
Tem! Bernardino
Matos Rosinha me
ixprica um assunto, tu tá cum noju di eu? inté parece qui sô difunto, o
qui foi qui acunteceu? Tu drome toda vistida, num ispia mais nim
mim, será pru causa da ferida, qui deixô meu dedão assim? Issu num vai
dá certo, a Chiquinha tá cum zoio pidão, se arrebola quando tá
perto, eu to qui pareço um tissão. Tu sempre drumiu sem carça, e inda
bulia cum eu, issu é coisa qui se farça, será qui tu mi isqueceu? Sai
dessa rêde muié, antes qui eu vá percurar, a Chiquinha qui mi
qué, assim eu vô mi lascar. Hermenegildo, onde já si viu, um home desse
tumanho, vá pra puta qui pariu, premero vê si toma um banho. Num vem
cum esse chamego, pra essa Rosinha não, qui cumigo num tem nego, qui me
faça isculhambação. Eu tomém vou preguntá, a Zé Cumbica, lá na roça, si
ele qué se aprochegá, ai, tu vai vê ondi tua cabeça coça. Rosinha vamu
acabá. cum essa discunfiança, eu num sô de trocá, ocê qui é minha
sustança. Vamu nos imbolá, qui hoje tô ispritado, adispois tu vai
achá, se eu penso prá outro lado. Hermenegildo, tu tem razão, já tô
tirando minha carça, tu num mi deixa isperando não, hoje num vai tê pra
garça.
Fortaleza, 05 de janeiro de 2006

38- Adeus
Menegirdo!!! Simone Borba Pinheiro
Menegirdo, seu danado, óia só u
qui foi fazê, um fuxico disgramadu, góra num tem cunversê.
Ocê foi
munto safadu correnu atrais da Rosinha e a Maria, discaradu, ficô
choranu suzinha.
Góra ocê qué vortá, pru causu du seu dedão, mai
achu qui num vai dá, Maria num qué mai não.
Percura ôtra
donzela qui saiba fazê meião, quim sabi a Grazela, a fia du seu
Jão.
U pobrema é qui Grazela tem horrô a chulezão, mai ieu cuncordu
cum ela, vai lavá esse pezão!
Maria tá munto filiz, góra tem novu
môr. Pareci qui foi pa Paris cum o fio do seu Valmôr
05 / 02 /
2006 www.familiaborbapinheiro.com

39- Conviti. Lu_guerreira
Recibi um conviti prá participá dessa ciranda, inté achei qui erá
erru..mai vi qui não! Cês tudo antecipô... Nós tudo toma quentão! Eitaaa
bixo bâooo!!
Tô aqui lavando meu vistidinho di festá, qui é uma
frumusura é lindo prá xuxu... tem um laçu bremelho de bulinha
azu...
Meu sapatinho roxo tá um tiquim cambeta mai da prá
disfaraça e prá dança a noiti interaaaa!!
Vô logo avisa a cumadi
Zefá pra ir tratando du seu vistinho ingomá!! sinhá Terê... Qui arrumo
essa festa vai está nos trinquis e nós num podi farta!!
Mai tem uma
coisa! Num dianta preguntá, por uma tar de butina..... Um tar de
dedão inframado.. Um tar di mercuro... Pusque!
Eu num tava lá, i
dessi fuxicu eu num quero ném contá!! mior num cumenta!...

40-
Cupim Tão Grande! Eme Paiva
Meu cumpadi Menergirdo eu vinha vindu
prá mor de lhe visitá ocê e vinha vinu pelas trilha du matu mole, co
cavalo du meu marido... Queles matu tão cerradu di arto e grande! Du
tamanho duma casa, os capim tão! Quanu avistei lá longi, perto dos
cupinzero qui nu campu tão um home lá, "Quem será quele homi?" ieu
pensei e fui indu... fui indu... Foi intão que eu vi Adão. _Qui qui
hovi Adão? Preguntei Eli qui istava distraido virô lento preu e foi
naquela horica, qui mis ispantei! -Ave, Adão! que qui ocê tá fazenu
cum esse cumpim tão grande? Os cupim tudo acerca dele i ele
gritava co cada mordida qui eles dava nele i ele co cupim tão grande na
mão e me arrespondeu: -Quero tirá o barro dos pé, das base, do
cupinzar, qui é pra mor di levá pro pé do Menergido! (Disconfiu que devi
Adão de sê curadô!) - I issu vai curá os pé dele? Preguntei. -Não, mai vai
fazê caí mais dipressa! -Caí?! Será que foi isso queu oví, Adão? -Se ocê
num tá surda, oviu! Ocê nun tá sabenu qui os pé dele tá cheranu carniça,
qui sá Rosa, muié dele num guentô: feiz as troxa, pegô um pau lá da cerca
e foi busca a porca dela, a lina, (pru mordi que foi ela que criô
lina) pegô as coisa quela tinha, pegô umas pranta morta dela e se apartou
dele? Ah cumpadi, eu peei do cavalo do meu marido e falei ansim
prele: -Ocê abri us óio e ovi Adão, qui qui eu vô falá procê: Si ocê
qué me ter pur amiga, vai me ter pra vida toda, mai issu qui ocê tá
pensanu, num vai fazê mesmo, fazê caí o pé do meu cumpadi
Menergirdo! -Mai issu é prele num sofrê não Qui a gente imbarra os pé dele
e bafandu os bichu faiz u serviço a vuntade, num chera nem nada e
abrevia u sufrimento! Dispois é só pinchá fora e.. tá novo! Já cumbinei
quele, qui vô ficá pur lá cuidanu dele inté caí. Intonce, foi purisso qui
ranquei o cupinzero da mão dele e troxe! Deu vuntade de vê o sor,
quesse cupim tão grande, na mão!

41- É ocê que vai
sabê! Naidaterra
Zoia aqui Girdo, escuita de veis e arrepia do
meu caminhá, Inté parece que já num sabe do meu caso mais malaquias que
o povo todo já cumenta só ocê tonhão num apercebeu. E zoia Girdo, tumbém
tô de mala pronta vô pronde ele fô, é aquele que ocê botô pra corrê
pra mor do home num zureta mais eu, entonce, qué o que Girdo, tome
tento com os gaios, acorda home. Num dianta Girdo, ocê vai sinti no côro o
que eu sinti no meu quando foi tê mais mariquinha, a diaba inté mandou pra
mim a carçola dela com um biete dizendo que num apreciô a pinta no seu
trazero, mueirengo safado da peste. Gora Girdo, guenta e apreceia a dor do
teu gaio e tumara que seu dedão inchi e cresca do tamanhão das
melancias que ocê pranta e vou mandar pro cê pra mor de se alembrar, a
cerola do Girdo com um bietinho pro cê amargurar um tantinho.

42- Terê
Ispera!!!! Raquel Caminha_Lindinha
Terê ispera!!!!! Dá tempo de eu
botar a minha? Esse Hermenegildo num deixa eu queta, só vivi pra chumegar,
mermo com dor no dedão, cum meu rebolado fica doidão. Terê
ispera!!!!! To chegando, eu já drumi vistida pra modo cedo correr praí
deixar meu versinho. Acunteceu do Hermenegildo fica mi ispiando dormindo
de bruso e eu discufiando qui boa coisa ia acuntecer. Terê
Ispera!!!! Ele riclamôr deu vistida, amiaçando prucurar Chiquinha qui tava
de butuca nele. Minina, a raiva tomou conta deu, fiquei uma fera fiz iguá
a donzela de bordél, fui tirando roupa por roupa devagarim,
devagarim. Terê Ispera!!!! Ele, Hermenegildo foi arregalando as
butucas, tremendo a voz e dizendo faz issu não Rosinha tem dó do meu
dedão!!! Eu dei um sorrisu maroto ispiei o cabro frouxo e dissi: Vem
Hermenegildo, prova que tu é bão, si não vou procurar o Zé Cumbica, tenho
certeza qui ele quer mi dá o coração. Intendeu agora Terê, porquê
demorei?

43- Dia de Chuva (Versão da Roça) BADU Manhe corri
venha ve uns pingu di chuve! Os mininu se adivertim brincanu na
chuva. Inquantu eu apercebu um dia perguisosu sem nada pra si faze; O cão
si acomoda cum medu du trovão num dianta eu toca pra fora Essi cão safadu
derreti meu coração di mantega. De fuxico as cumadi deixarum as ropa no
varrar moia dinovu Na prosa boa qui tava inte já secada. As gotera qui
num si concerto moiarum todu os movi inte já tão veio mesmu. A cumadi ta
é fazendu um bolinho é bao pra nois cume cum café pretu bem doci Inte já
sintu u cheiro qui vem da cozinha. Vou vendo uns armanaqui véio e as foto di
quando nóis era mininu esse diacho de relógio parece num anda. Nho Chico
e qui devi ta dimais de aligri cum a chuvarada que já fazia farta pra
plantação. Essi cheiro de matu verdi me faiz amar mais e mais a roça
. Assim vo drumi feliz ouvindo a voiz a matutá dus minino a repiti. Manhe
corri venha vê,pingus di chuve.
Dia de Chuva BADU Mãe corre
vem ver!Pingos de chuve. Crianças se divertem brincando na chuva,enquanto se
percebe um dia parado sem nada para fazer. O cão se esconde com medo do
trovão,vencendo pela persistência, gestos e palavras de ordem em tocá-lo
para fora.Cão amável lhe rouba um carinho. No varal algumas peças de
roupas esperaram uma nova secagem pelo esquecimento de serem
recolhidas. Vasilhas espalhadas pela casa aparam as goteiras protegendo o
móvel já envelhecido. Bolinhos de chuva e café quente adoçado e sem
leite,aguçam a inquietude reforçada pelo aroma vindo da cozinha.reler
trechos de um livro já empoeirado ou rever velhas fotografias dão movimento
aos ponteiros do relógio que parecem estáticos. O dia vai durar uma
eternidade e o sol só irá chegar após uma longa noite.o cheiro impregnado no
ar vai dissipando a poeira que a seca acumulou. Agora o perfume é de mato
verde e a satisfação de quem necessitava da água para a plantação. Escuro
céu de tarde lenta me faz pensar ,que a a chuva fina me faz amar. Amar a
tarde fria envolvida de pingos calmos, embelecendo um tempo que eu gosto de
viver. A noite vestígios da chuva vai me trazer o sono. Na mente posso
ouvir,a voz inocente de criança a repetir. Mãe corre vem ver!Pingos de
chuvê.

44- Oi muié!!! Ligia Leivas
Pucausa di quê, o muié, tu num qué meu
cafuné? Vim du mui longi, mui longito prá ti vê, prá ti amá! Queru
cuntigo mi casá!
Oi muié! Não xinga não,ô muié! Mi faiz aí um
café pru teu nego tu agradá i eu querê ti amá, ô muié!
Oi
muié! Mi dizi que qui tu qué pr'eu p'a ti fazê prá tu teu nêgo
querê i coisa linda eu ti dizê, ô muié!
Intão o mundo vai dançá i
nóis vai si agarrá i a vida vai girá i nóis vai si abraçá i munta festa
vai rolá, ô muié!! 





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